Talvez o trekking mais famoso, sonho de todo aventureiro, a caminhada até a base da maior montanha do mundo é uma aventura ímpar. Altitude, frio, preparo físico, comida, contusões, condições climáticas e o voo para o aeroporto considerado o mais perigoso do mundo estão entre as variáveis, mas superar tudo isso vale a pena quando se tem contato com uma cultura milenar e algumas das paisagens mais bonitas do mundo.
Qual trekking?
A caminhada padrão até o acampamento base do Everest tem início no vilarejo de Lukla e leva entre 10 e 12 dias (ida e volta), mas pode ser combinada com diversas outras trilhas na região.
Além da caminhada de 10 dias para o acampamento base do Everest, há também outra trilha famosa do Parque Nacional de Sagarmatha: o trekking ao vale de Gokyo (8 dias). Ele é conhecido por ter alguns dos mais belos visuais de todo Himalaia.
As duas trilhas podem ser combinadas em uma só, cruzando um alto passo de montanha (Cho La Pass – 5600m) em um trekking de 15 a 17 dias. E foi essa opção que escolhi. Apesar de ser um trekking bem “puxado”, recomendo muito.
Por onde começar?
A aventura tem início em Kathmandu, capital do Nepal, com a preparação para o trekking e o voo de 40 minutos até o famoso aeroporto de Lukla, conhecido como um dos mais perigosos do mundo. Diversas empresas fazem esse voo e normalmente ele está incluído nos pacotes de trekking contratados com as agências.
O aeroporto de Lukla fica no meio das montanhas e possui uma pista curta e inclinada (para ajudar os aviões a freiarem) e os vôos são frequentemente cancelados por mau tempo. Geralmente os aviões decolam de Kathmandu entre 6h e 8h da manhã, pois nesse período há maior probabilidade de bom tempo.
Quando fazer o trekking?
Existem basicamente duas temporadas de trekking no Nepal, cada uma com suas vantagens:
Março a Maio: tempo geralmente bom, mas com possibilidade de um pouco de chuva e cancelamento de voos. As montanhas estão com bastante neve (visual muito bonito) e a trilha com muitas flores, especialmente Rhododendrons, flor símbolo do Nepal. Essa é a única estação para subir ao topo do Everest e por esse motivo visitar o acampamento base nessa época é muito legal, porque ele fica cheio de barracas e de escaladores se preparando para chegar ao topo do mundo. Escolhi essa temporada e fiz o trekking no final de abril até o início de maio. Não tive problema com os voos e peguei apenas um dia de chuva (além de 2 nevascas, mas essas foram legais).
Setembro a Novembro: época mais seca e portanto com melhor tempo e menor possibilidade de cancelamentos de voos. Entretanto as montanhas não estão com tanta neve e o acampamento base fica vazio. É também a época mais cheia do trekking.
Entre dezembro e fevereiro é o inverno no Nepal e o trekking não é recomendado pelo frio extremo, assim como na época das monções, que vai de junho a agosto.
Eu consigo?
O trekking só até o acampamento base do Everest não exige muito fisicamente, mas possui muitas variáveis que podem dificultar a jornada, como a altitude, o frio e possíveis contusões/problemas de saúde, como gripe e problemas intestinais por causa da comida e água da região.
Portanto não é necessário ser profissional, nem super atleta para fazer o trekking, mas sim tomar algumas precauções, como aclimatar adequadamente, ter cuidados na alimentação e na purificação de água, utilizar álcool gel para limpar as mãos antes de comer e levar equipamentos adequados.
Para quem optar por incluir Gokyo no roteiro, é melhor estar mais bem preparado fisicamente. Primeiro porque o trekking é muito longo (entre 15 e 17 dias), segundo por causa do dia de cruzar o Cho La Pass, que exige muito fôlego e resistência.
Como foi meu trekking?
Dia 1: Lukla – Phakding (9km / 2700m):
Vôo para Kathmandu e trekking de Lukla para Phakding. A emoção do dia é o voo para Lukla. Por sorte o céu estava azul, sem uma nuvem, e correu tudo bem. O trekking até Phakding é bem leve e dura aproximadamente 3 horas, cruzando as primeiras pontes suspensas e dando passagem aos yaks.
Algumas pessoas andam mais 3 horas até Monjo, mas a grande maioria fica em Phakding. Paguei 3 dólares por um banho quente na nossa hospedagem. Ficamos no Snowland Lodge e recomendo muito.
Dia 2: Phakding – Namche Bazaar (12km / 3400m):
Um dia de trekking difícil, mas muito bonito, passando por várias pontes suspensas e uma subida interminável no final, antes de chegar ao principal centro comercial da região, a cidade Sherpa “Namche Baazar”.
Ficamos hospedados no Green Tara Lodge, onde há um belo terraço com vista para as montanhas. Ao chegar, fomos contemplados com um lindo pôr do sol. A comida deste lodge foi a melhor da trilha, com opções como batata assada com legumes e ovos, além do tradicional Dal Bhat e várias opções de massas e sopas. Além disso, esse lodge tinha tomada no quarto, coisa rara durante o trekking. Na maioria dos lugares para carregar celular ou câmera é necessário pagar entre 3 e 5 dólares. O power bank me salvou de gastar com isso.
Dia 3: Aclimatação em Namche bazaar (10km / 3900m):
Importante dia de aclimatação. Caminhamos até o museu do Everest, onde tem a estátua do inglês Edmond Hillary, a primeira pessoa a escalar o Everest junto com Tenzing Sherpa.
Depois fomos ao Everest View Hotel, um hotel de luxo construído por japoneses de onde pode-se ver o Monte Everest de longe. Caminhamos até Khumjung e voltamos para dormir em Namche. É muito importante fazer esse dia de aclimatação, ou seja, caminhar a uma altitude grande e dormir em um lugar mais baixo. Na nossa hospedagem tomamos um banho quente, pois sabíamos que outro banho seria raro neste trekking. Namche é um bom lugar para comprar equipamentos necessários para o trekking, caso esteja faltando alguma coisa, como luvas de montanha, protetor para o pescoço e rosto, crampons (para quem for cruzar o Cho La Pass) e gorro.
Dia 4: Namche Bazaar – Tengboche (11km / 4000m):
Foi o único dia da viagem que pegamos tempo ruim. Choveu muito. A caminhada foi um pouco puxada e chegamos ao monastério de Tengboche a tempo de ver o momento de oração dos monges, as 15 horas.
Não é permitido entrada de câmeras dentro do monastério. Em Tengboche ainda é possível ver os estragos do terremoto. Algumas partes do monastério ainda estavam sendo reconstruídas e outras apoiadas com troncos de madeira para não desabar. Ficamos hospedados no Tengboche Guesthouse. Foi a hospedagem que menos gostei, principalmente porque os quartos eram muito pequenos e tinha que sair na chuva para ir ao banheiro. Estava um frio absurdo à noite, garganta ruim e pegar chuva para ir ao banheiro não foi nada legal.
Dia 5: Tengboche – Dingboche (13km / 4400m)
Acordamos e o tempo tinha melhorado. Foi uma bela caminhada com vista do monte Ama Dablan, talvez a montanha mais bonita da região.
Passamos pela última ponte suspensa e algumas estupas. Cenário maravilhoso e muita subida antes de chegar em Dingboche, onde ficamos no Yak Lodge. Mais uma hospedagem bem simples, mas a comida era muito boa. Em Dingboche tem a última farmácia pelo caminho e é um bom lugar para comprar tudo que for necessário, pois a partir de Lobuche não se encontra praticamente nada para comprar e os preços são bem salgados (Sneakers, papel higiênico, lenços, medicamentos, etc…)
Dia 6: Aclimatação em Dingboche (8km / 4700m)
Subimos até o topo da montanha ao lado de Dingboche para fazer aclimatação. Poderíamos ter andado mais, mas o grupo estava bem cansado. Valeu a pena pelas vistas espetaculares de Dingboche e das montanhas ao redor.
Depois do trekking estava bem calor, esquentamos água em um balde e tomamos um banho ao ar livre, pois a partir dali, banho seria uma tarefa bem complicada.
Dia 7: Dingboche – Lobuche (10km / 4900m)
Subida puxada com vento muito forte. A altitude começa a pesar nesse dia. Vista para diversas montanhas. Paramos para almoçar em Dughla.
Antes de chegar a Lobuche a parada é no memorial para ver as homenagens aos alpinistas mortos na região, entre eles Scott Fischer, cujo acidente é retratado no filme Everest. Em Lobuche ficamos hospedados no Oxigen Lodge. Simples, mas aconchegante. Esse dia fez um frio absurdo à noite.
Dia 8: Lobuche – Gorak Shep – Everest Base Camp (13km / 5400m)
Saída bem cedo de Lobuche. No caminho avistamos várias montanhas e em um certo ponto dá pra ver o acampamento base do Everest de longe, antes de chegar ao pequeno vilarejo de Gorak Shep, onde almoçamos. De lá fomos até o acampamento base (5400m), que é marcado por várias bandeiras. O acampamento estava lotado de barracas de alpinistas por ser temporada de escalada do Monte Everest. As barracas ficam distribuídas na lateral da cascata de gelo do Khumbu Glacier, onde começa a escalada ao topo do mundo. Conhecemos o acampamento, tiramos muitas fotos e voltamos para dormir em Gorak Shep. Foi um dia bem cansativo.
Foi a noite que dormimos em uma maior altitude (5200m). Durante a noite o nível de respiração diminui e os efeitos da altitude ficam evidentes. Praticamente não consegui dormir, com muita falta de ar e taquicardia. Ficamos no Budha Lodge. Para ir ao banheiro, era necessário sair do hotel, pois o anexo que estava meu quarto não tinha banheiro. Durante a noite era uma tarefa quase impossível, e por isso comprei uma garrafa de água de 2 litros para beber e usar a garrafa como banheiro durante a noite.
Dia 9: Gorak Shep – Kala Pattar – Dzongla (13km / 5600m)
Acordamos às 5 da manhã e subimos a montanha Kala Pattar (5600m) para ver o sol nascer atrás do Everest. Estava um frio tão absurdo que minhas águas congelaram. Descemos até Gorak Shep, tomamos café da manhã e fomos até Lobuche, onde almoçamos.
De lá, saímos da trilha do Everest, virando a direita para ir até Dzongla, onde chegamos no final da tarde debaixo de uma nevasca. A hospedagem foi muito boa na Maison Sherpa. Utilizamos o fogareiro para secar nossas coisas (havia muita coisa molhada). Foi nesse dia que descobri que utilizavam fezes secas de yak para acender o fogo.
Dia 10: Dzongla – Cho La Pass – Tagnag (11km / 5800m)
Com certeza o dia mais difícil do trekking. É necessário verificar as condições antes de cruzar o Cho La pass, uma vez que o caminho pode ser muito perigoso quando tem muita neve e pode ficar impassável. Estávamos preocupados, pois quando estávamos chegando em Dzongla na noite anterior começou a nevar muito forte, mas o dia amanheceu lindo e não tivemos problemas na travessia. Saímos por volta das 5:30 da manhã. Foram 4 horas de subida, muito cansativo e depois atravessamos o gelo no topo da montanha.
Lanchamos no alto do passo com uma vista espetacular e depois mais 5 horas de descida até Tagnag. O caminho é bem difícil, com muitas pedras soltas. Ficamos hospedados no Tashi Friendship Lodge, uma das poucas opções em Tagnag.
Dia 11: Tagnag – Gokyo – Gokyo Ri (9km / 5200m)
Descida até o belíssimo vale de Gokyo, caminhando parte da manhã sobre um glaciar coberto por terra e pedras. Em uma parte é preciso correr, pois caem pedras do alto quando o vento está forte. Após uma grande subida, a primeira vista dos lago é inesquecível. Um azul inexplicável em meio a uma paisagem deslumbrante.
A caminhada até Gokyo é curta e chegamos a tempo pro almoço. Na parte da tarde, subimos ao mirante Gokyo Ri para uma vista panorâmica da área.
A hospedagem foi boa no Namastê Lodge, onde tem um restaurante com uma bela vista para o lago e as montanhas.
Dia 12: Gokyo – Phortse Thenga (16km / 3900m).
Descida bem longa, passando por lagos no início e belas paisagens. Passamos primeiro pelo vilarejo de Machermo e paramos para almoçar em Dole.
Nevou bastante esse dia e vimos alguns animais selvagens, como o bode da montanha e o veado do himalaia. Ficamos na Phortse Thenga Guesthouse, uma das únicas hospedagens no local. Tudo muito simples. Um dos poucos locais que não tinha internet disponível para comprar.
Dia 13: Phortse Thenga – Namche Bazaar (7km / 3400m)
Dia de trekking leve até Namche. Tivemos a última vista do Everest. Foi muito bom chegar em Namche cedo, tomar um banho quente depois de alguns dias só no lenço umedecido e descansar para a parte final do trekking. Ficamos novamente no Green Tara Lodge.
Dia 14: Namche Bazaar – Lukla (21km / 2900m)
Dia longo que começa com uma descida interminável que acabou com meu joelho. Por sorte era o final do trekking. Esse dia pode ser dividido em 2, dormindo em Phakding ou Monjo, mas estávamos tão exaustos e doidos para terminar o trekking, que usamos nossas últimas energias para acabar logo. Ficamos hospedados no The Nest Lodge.
Dia 15: Vôo de volta de Lukla para Kathmandu
Foram 15 dias dormindo em Tea houses e comendo muito Dal Bhat, macarrão, sopas e omeletes, além de chás de limão e gengibre. Dal Bhat (foto) é um dos pratos típicos do Nepal e é composto de arroz branco, curry de legumes, espinafre, caldo de lentilha, pimenta e um biscoito frito. Momos (bolinhos recheados) e carne de Yak também são bem comuns.
Durante todo o trekking não comi carne nenhum dia por recomendação do guia. Considerando a forma que os alimentos são transportados e armazenados nas montanhas, comer carne pode representar um risco à saúde e um problema intestinal pode resultar em terminar o trekking precocemente. Sugiro deixar para experimentar o famoso Yak Burguer ou demais pratos com carne de Yak em Kathmandu.
Ao total foram 162km de trekking. As distâncias e a altitude citadas aqui são aproximadas e foram medidas por GPS durante o trekking.
Como fazer o trekking?
Agência
É com certeza a maneira mais cômoda de fazer o trekking. Existem muitas agências e foi muito difícil escolher uma. Pesquisei muito e cheguei a conclusão que o melhor custo benefício é a Nepal Eco Adventure. Gostei muito do serviço deles e recomendo. O dono Chhatra é muito atencioso e responde aos emails com eficiência. Independente da empresa, evite contratar uma empresa brasileira ou de outro país que não seja o Nepal, a não ser que queira pagar uma fortuna. Vi empresas brasileira na internet oferecendo exatamente o mesmo serviço por 3 vezes o valor que paguei para a Nepal Eco Adventure.
Guia
Outra opção é contratar apenas um guia e/ou carregador, e fazer o trekking reservando as passagens por fora e as hospedagens e comida na hora. Essa também é uma boa opção. Vale lembrar que alguns lodges ficam lotados na alta temporada. Essa opção requer chegar cedo em alguns locais com restrição de hospedagem, como Tengboche, Lobuche e Gorak Shep. Recomendo muito o meu guia, Rajendra Karki, mais conhecido como Raj. Ele pode ajudar na organização do trekking e a comunicação pode ser feita pelo email karki_raj2012@yahoo.com
Sozinho
Muitas pessoas fazem o trekking solo. Apesar de ser a opção mais econômica, não é a mais recomendada, considerando que esse trekking exige muito física e mentalmente, além de estarmos sujeitos a alguns riscos como a altitude, comida e lesões.
Equipamentos necessários
- Saco de dormir (temperatura de conforto até -15C) (foi fornecido pela agência)
- Botas de caminhada confortáveis (certifique-se de que elas foram amaciadas e testadas antes de ir);
- Cadarço de reposição;
- Sapatos leves para vestir em lodges e/ou chinelos;
- Casaco impermeável;
- Calças impermeáveis;
- Casaco de lã para dormir;
- Fleece (calça e blusa);
- Camisetas dry-fit (bom para os dias de caminhadas longas);
- Camisetas de algodão;
- Bermuda (caminhar nos dias quentes nas menores altitudes);
- Roupas íntimas;
- Gorro (pode ser comprado em Kathmandu ou Namche);
- Chapéu de sol;
- Meias grossas de trekking;
- Luvas grossas (podem ser compradas em Kathmandu ou Namche);
- Mochila ou bolsa grande (para enviar com o carregador);
- Mochilão de trekking (a minha era de 55 litros, mas pode ser menor);
- Capas de chuva para ambas as mochilas;
- Óculos escuros;
- Protetor solar de alta proteção;
- Protetor labial;
- Lanterna (de preferência de cabeça);
- 2 garrafas de 1 litro de água;
- Kit de purificação de água (levei Clorin);
- Artigos de higiene pessoal;
- Papel higiênico (Você pode comprar papel de má qualidade ao longo da trilha);
- Bastões de caminhada (foi fornecido pela agência);
- Cachecol;
- Lenços umedecidos (para os vários dias sem banho);
- Corda para usar como varal;
- Pregadores de roupa;
- Cadeado;
- Sacos de plástico;
- Câmera com baterias extras;
- Kindle (opcional);
- Álcool gel para as mãos (muito importante);
- Baralho (opcional);
- Power Bank (vai te economizar uma grana nas recargas de celular / câmeras)
- Celular
- Passaporte
- Dinheiro
- Permissão para o trekking (providenciada pela agência)
Altitude
Apesar de toda dificuldade, a verdadeira causa de insucesso para terminar o trekking é a altitude. Do meu grupo de 7 pessoas, 4 não conseguiram terminar a aventura e precisaram ser resgatados de helicóptero. As pessoas têm diferentes reações às grandes altitudes. Jovens, velhos, atletas, sedentários, homens, mulheres, todos estão sujeitos aos efeitos da altitude.
O parque utiliza uma tabela para diagnóstico do mal da montanha (AMS – Acute Mountain Sickness). De acordo com o número de sintomas apresentados, o mal da altitude é classificado como moderado ou severo. No caso de AMS moderado, a pessoa pode esperar os sintomas passarem e continuar o trekking. No caso do mal severo, o indivíduo deve ser levado a baixas altitudes imediatamente. Os sintomas incluem dificuldade de respirar, taquicardia, tontura, falta de apetite, dor de cabeça (na parte de trás), visão turva e enjoo.
Muitas pessoas subestimam a altitude e acabam sucumbindo. Já tive outras experiências com altitude anteriormente e nunca tive problemas. Mesmo assim me preparei adequadamente para esta viagem.
Aqui vão algumas dicas para evitar o mal da altitude:
1 – Aclimatação: realizar os 2 dias de aclimatação previstos no roteiro é o mínimo para obter sucesso no trekking. Além disso, sugiro realizar algum trekking em grande altitude antes ou durante a mesma viagem. Eu fiquei 5 dias no Butão (país vizinho ao Nepal) fazendo pequenas trilhas a uma altitude máxima de 4000 metros antes de chegar ao Nepal e com certeza ajudou muito no processo de aclimatação.
2 – Tomar bastantes líquido durante o trekking e especialmente antes de dormir, já que a taxa de respiração cai durante a noite.
3 – Evitar correr e fazer esforço desnecessário, principalmente nos dias em que há grande ganho de altitude, como nos dias de caminhada até Dingboche ou Lobuche.
4 – Tomar Diamox (Acetazolamida), medicamento utilizado por alpinistas que aumenta a absorção de oxigênio pelo sangue, minimizando os efeitos da altitude. A opção pelo Diamox é muito polêmica, uma vez que o medicamento possui efeitos colaterais, como o formigamento de pés e mão, dor de cabeça e é diurético. O Diamox também possui interação com diversos outros medicamentos e é necessário ler a bula com cuidado, caso esteja tomando algum. Sugiro consultar um médico se optar pelo Diamox.
Seguro
Para a realização do trekking, é recomendado um seguro que inclua resgate por helicóptero. Fiz o World Nomads Explorer, que me foi recomendado pela agência, mas não posso falar se o mesmo é eficiente uma vez que não precisei usar. De toda forma, aqui vai o contato: World Nomads.
Que máximo seu relato, ´parabéns !!!!! Relato recente me ajudará a realizar meu sonho de caminhar pelo Himalaia. Vc diz q conseguiu uma passagens de avião do $ 1.000,00 dólares ? Isso deve ter sido um achado, não ? Tenho pesquisado direto Rio X Katmandu e não encontro por menos de 5 mil reais. Qual a média de preços …diárias das Theas Houses ?
Com relação à passagem, monitorei os preços por 4 meses e variavam entre 1300 à 1600 dólares. Entre o Natal e o ano novo apareceu uma tarifa de 1000 dólares pela turkish, Brasilia – Guarulhos – Istambul – Kathmandu, com um stopover na voltar para conhecer Istambul (2 dias) nas datas que eu queria, então comprei na hora.
Passagem Brasília – Kathmandu pela Turkish = 1000 dólares
Pacote Trekking EBC + Gokyo pela Nepal Eco Adventure = 1200 dolares
* inclui hospedagem e transfer em Kathmandu, voo para Lukla, 15 dias de comida e hospedagem no Trekking, guia, carregadores, saco de dormir, bastão de caminhada, etc…
Gastos extras em Kathmandu = 100 dólares (Taxi, comida, souvenir)
Gastos extras no trekking = 250 dólares (banhos, cargas elétricas, sneakers, bebidas extras e gorjetas)
Viagem de preparação de 5 dias para o Butão = 1400 dólares (caro mas vale cada centavo, ainda tenho q fazer o relato)
Seguro World Nomads Explorer = 350 reais
Os gastos foram esses.
Como peguei o pacote, não sei exatamente os valores das Tea Houses, mas as que eu estive os valores variavam entre 4 e 15 dólares.
Sensacional o relato! No caso, você pagou sherpas para carregar as bagagens?
No pacote que contratei com a Nepal Eco Adventure estava incluído 1 carregador para 2 pessoas. Portanto consegui mandar metade das minhas coisas (10kg) com o carregador e carreguei o restante.
Excelente!!!! Parebéns Thiago, Eu espero fazer este trekking no proximo ano.